sexta-feira, novembro 13, 2009

Insônia


Quanta falta a faziam as canções de ninar. Quantos bois e quantas ruas, quantos anjos se fariam necessários para que ela conseguisse dormir. Pensava muito no sexo dos anjos e seus livros a colocavam nas nuvens junto com eles, tão peculiar a sua poética. Nos sonhos era um deles. Bastava um impulso para que se elevasse e brilhasse branca. Vivia nas nuvens. Tinha um compromisso com elas. Tão logo acabasse uma tarefa rotineira, voltava a elevar-se e assim era seu ser. Mas agora estava acordada no centro de uma estreita cama já caótica e muito menos acolhedora do que em outras madrugadas.

Um comentário:

Alberto Lopes disse...

:-)

Muito bonitinho, gostei!